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Clem Burke — Shiver Shi
O mundo da música se despede de uma de suas figuras mais marcantes: Clem Burke, baterista histórico do Blondie, faleceu aos 70 anos em decorrência de um câncer não especificado. Reconhecido por seu estilo vibrante e seu papel vital na estética sonora do movimento New Wave, Burke foi descrito pela própria banda como o "coração pulsante" do grupo.
A triste notícia foi divulgada pelas redes sociais oficiais do Blondie, em um comunicado assinado por Debbie Harry, Chris Stein e os demais integrantes da banda. “Clem não era apenas um baterista; ele era o coração do Blondie. Sua energia, paixão e ética de trabalho tocaram todos que cruzaram seu caminho”, declarou o grupo, que também pediu respeito à privacidade da família neste momento difícil. "Vá em paz, Dr. Burke", conclui a nota da banda.
Nascido Clement Anthony Bozewski, em Bayonne, Nova Jersey, Clem entrou no Blondie em 1975 e esteve presente em todos os álbuns da banda, do clássico autointitulado de 1976 ao mais recente trabalho do grupo. Seu estilo enérgico — inspirado por bateristas como Keith Moon — ajudou a moldar a identidade da banda, com passagens memoráveis em faixas como “X Offender” e “Rip Her To Shreds”.
Mesmo sem crédito como compositor nos grandes sucessos dos anos 80, sua versatilidade foi considerada essencial para o som inovador do Blondie, que mesclava punk, pop e disco de maneira única. Em 2016, foi reconhecido pela Rolling Stone como um dos 100 Maiores Bateristas de Todos os Tempos, uma prova de seu impacto duradouro.
Um colaborador incansável do rock
Fora do Blondie, Clem Burke teve uma carreira prolífica, colaborando com nomes como Bob Dylan, Iggy Pop, Joan Jett, Ramones, Pete Townshend, Nancy Sinatra, Eurythmics e muitos outros. Ele se intitulava um “sobrevivente do rock & roll”, e com razão: sua bateria ecoou por diversas fases da música, sempre com intensidade e autenticidade.
Burke deixa um legado que vai muito além da discografia: ele foi um arquétipo do músico apaixonado, um profissional reverenciado não só por seu talento, mas também por sua generosidade e dedicação. Em cada batida, havia uma alma pulsante — e ela continuará viva nas faixas que marcaram gerações.
POR: Tamiris Felix