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Na virada de 1977 para 1978, enquanto Nova York fervilhava em brilho, luxo e disco music, dois dos maiores nomes da música americana enfrentavam um momento de rejeição que mudaria tudo. Nile Rodgers e Bernard Edwards, da banda Chic, foram convidados por ninguém menos que Grace Jones para a famosa festa de Réveillon no lendário Studio 54. Mas ao chegarem, vestidos para brilhar, foram surpreendidos por um balde de água fria: não estavam na lista.
Tentaram argumentar, explicaram que tinham sido convidados — mas ouviram apenas um direto e ofensivo: “Then f off.”*
Decepcionados, voltaram para casa, mas ao invés de se deixarem abater, fizeram o que sabiam melhor: música. Em meio à raiva e ao som das cordas e batidas, surgiu o primeiro refrão da nova canção: “Aaaah, f off!”*
Logo perceberam que, apesar de sincero, o grito de revolta não teria vez no rádio. Com um pequeno ajuste e muito groove, nasceu o clássico: “Aaaah, freak out!”
Assim surgiu “Le Freak”, um dos maiores hits da história. A faixa ficou seis semanas no topo da Billboard, vendeu mais de 7 milhões de cópias e se tornou o single mais vendido da Atlantic Records na época. A música não apenas dominou as pistas — ela voltou triunfante para o Studio 54, tornando-se trilha obrigatória do mesmo lugar que havia rejeitado seus criadores.
Mais do que um sucesso comercial, “Le Freak” é um símbolo de resistência e genialidade. Em uma era em que a disco era celebrada, mas muitos de seus criadores — especialmente os artistas negros — eram invisibilizados ou excluídos dos espaços de prestígio, a faixa surgiu como resposta e revanche.
O que começou como um “não” na porta de uma boate se transformou em um hino eterno. E o que era rejeição… virou refrão.
POR: Tamiris Felix