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Na quinta-feira (29), o Instituto Butantan divulgou os resultados dos ensaios pré-clínicos da vacina contra a Covid-19, ButanVac, produzida pelo laboratório e que está em fase de testes, e o imunizante demonstrou eficácia também contra as variantes do SARS-CoV-2 Alfa, Beta e Gama. A Delta foi incluída no estudo mais tarde, já que ainda não estava em circulação no Brasil quando a pesquisa foi realizada, e os resultados devem ser divulgados em breve.

Nessa fase do estudo, a vacina é aplicada em camundongos e hamsters para ver se o organismo apresenta resposta imunológica. Segundo o Butantan, a ButanVac apresentou uma produção potente de anticorpos neutralizantes contra a replicação do vírus causador da Covid, que permitiram a neutralização também das cepas. 

O ensaio clínico foi feito em duas versões da vacina. A primeira, que será produzida no instituto, é feito com vírus inativados para administração instramuscular, utilizando a mesma tecnologia da vacina da gripe. Já a segunda versão utiliza o vírus vivos e a aplicação é via intranasal, por spray.

Atualmente, a ButanVac está sendo testada em humanos em quatro países, Brasil, México, Vietnã e Tailândia.

A TECNOLOGIA DA BUTANVAC

A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor nesta vacina é o da doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Por esta razão, ele se desenvolve bem em ovos embrionados, o que permite eficiência produtiva, e não causa sintomas em seres humanos, sendo uma alternativa muito segura. Além disso, o vírus é inativado para a formulação, facilitando sua estabilidade e deixando a vacina ainda mais segura.

Por usar uma tecnologia barata, segura e usual entre fabricantes de vacina no mundo todo, a ButanVac tem potencial para mudar o cenário de combate à Covid-19, especialmente em países em desenvolvimento.

(Foto: Divulgação / Instituto Butantan)

Essa vacina é resultado de um consórcio internacional que tem, como produtores públicos, o Butantan, o Instituto de Vacinas e Biologia Médica do Vietnã e a Organização Farmacêutica Governamental da Tailândia. A tecnologia do uso do vírus da doença de Newcastle como vetor foi desenvolvida‪ por cientistas na Icahn School of Medicine no Mount Sinai, em Nova York. A proteína S estabilizada do vírus SARS-CoV-2 utilizada na vacina com tecnologia HexaPro foi desenvolvida na Universidade do Texas em Austin.‬‬‬‬

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